Fidel e a democracia I
Muito alarde foi feito com a renúncia do presidente cubano. Manchetes nas capas de jornais e revistas anunciaram o “fim de carreira” dele como se isso fosse o início de um novo ciclo de democracia, tão necessária à América Latina(AL). Porém, o que está por trás dessa avalanche artigos e matérias trombeteando a possibilidade de Cuba ser finalmente democrática, é a vontade exasperada de que a ilha volte a ser parque de diversão, corrupção e exploração dos tempos do Fulgêncio Batista. Esse sim, ditador de mão cheia, entretanto, antigo aliado do tio sam.Por mais que os inimigos do regime cubano tentem disfarçar, é muito clara a esperança de que a saída de Fidel do poder proporcione uma derrota definitiva do socialismo em nosso tempo. O que obviamente facilitaria em muito os planos norte-americanos na região, já que no último período o comandante cubano vem sendo exaltado por novos líderes de esquerda na AL, como Evo Morales e Hugo Chaves. Isso foi estampado por todos os meios de comunicação.
Todavia, é preciso dizer que os arautos do liberalismo por mais que digam que o socialismo é coisa do passado, não conseguem mostrar ao mundo um só exemplo de país que resolveu trilhar o caminho de volta ao capitalismo e não se deparou com crescentes problemas sociais. Enquanto Cuba construía sua história de resistência outros países retrocediam nos seus regimes. No momento que comparamos o sistema cubano, vítima de um longo embargo econômico por parte da principal potência mundial, com outras nações fica visível a importância das conquistas sociais na sustentação do regime socialista na ilha.
O mau agouro dos liberais para que o povo cubano tenha o mesmo fim que outros povos não é suficiente, pois é a democracia socialista da ilha que vai determinar o caminho daquela nação. A democracia estadunidense pode ser modelo para muitos, mas até agora não seduziu Cuba, que estabeleceu sua forma de manter suas conquistas.
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