05 fevereiro, 2009

As duas faces da mesma moeda


A história tem demonstrado que para cada sistema econômico corresponde uma lógica. Não seria diferente com o capitalismo, que assim como o seu antecessor, o feudalismo, promove a exploração do homem pelo homem, porém, com requinte de crueldade. Tal qual o período das trevas, o sistema baseado na livre iniciativa carrega consigo o dom de manipular os que vivem sob sua égide. O que antes era caracterizado pelo todo poderoso Deus, hoje é simbolizado pelo onipotente mercado. Tudo só existe por ele, todos devem adorá-lo e só a ele servir, pois não se pode chegar aos céus (do consumo) senão, por ele.
Sob essa lógica se edificaram nações, todas buscando cumprir seu destino nesse mundo vão. Afinal, como seria um mundo sem fome, miséria, desigualdades, guerras, destruição da natureza em ritmo acelerado e todas as mazelas produzidas pelo nosso matuzalem idealizado pelo liberalismo?
Muitos impérios ruíram, levando com eles parcelas gigantescas da humanidade. Por que no caso dos Estados Unidos da América (do norte) seria diferente? Entretanto, o que mais assusta é o fato de que muitos acreditam que um messias possa redimir todos os incrédulos e crédulos da agonia e do fogo do inferno. Esse messias teria como missão: acalmar a ira do impiedoso senhor mercado.
De origem humilde, venceu os preconceitos e prometeu uma terra santa, longe de todos os infortúnios da vida mundana, provocados por aquele que estava possuído.
Todavia, nos cabe perguntar: a que preço? Quantas vidas terão que ser sacrificadas até que a ordem seja restabelecida? Então, reflitamos: quantos prisioneiros de Guantanamo foram libertos? Apesar do anúncio de fechamento da cadeia. As tropas imperiais que ocupam o Afeganistão e o Iraque retornaram para sua pátria original? O protecionismo será finalmente abolido, conforme manda o livro sagrado da globalização?
Não se deve tirar o simbolismo de um negro chegar ao poder num país marcado pela intolerância racial, mas não devemos cultivar a inocência de que esse messias não serve ao mesmo Deus que seu predecessor. A saga da paixão está começando, porém o fim não parece tão desconhecido.


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