20 janeiro, 2012

Politicamente na moda

Certa vez, estive num debate sobre direitos e lá estavam representantes de secretarias, doutores universitários e ativistas de movimentos sociais. Em determinado momento, em meio a muitas frases de efeito e termos "politicamente corretos", um cadeirante pede a palavra e faz um comentário que me deixou pensativo. Enquanto os "especialistas" se esmeravam em afirmar que os direitos dos "Portadores de Necessidades Especiais" deveriam ser respeitados, o cadeirante fez uma pergunta: por que me chamam de portador? - Eu tenho uma deficiência, se eu fosse apenas portador, deixaria ela com voces e iria embora sem ela.
Outra situação é chamar uma comunidade indígena de "tribo", quando eles próprios reivindicam o termo povo em virtude da sua cultura e organização social.
Isso me fez pensar sobre termos que me disseram que deveriam ser usados para designar grupos sociais, situações ou condições e decidi escutar as pessoas que vivem essas adversidades em vez de pronunciar os termos "politicamente na moda".
Um desses termos é a famigerada "homofobia". Se FOBIA significa medo ou repugnância (algo que precisa ser tratado), por que vemos esse termo associado a atos de violência contra homossexuais?
O ódio e a intolerância praticados pelos que não respeitam as diferenças, para mim, está longe do sentimento de medo. Ou seja, eles não agridem porque têm medo e sim pelo ódio e a ideia de que as pessoas que pensam e/ou se comportam diferente não têm direitos. Portanto, não devemos encarar esses agressores como alguém que precisa de tratamento, mas sim de punição. Os que ainda não desenvolveram a agressividade, mas pensam que os diferentes não merecem respeito, precisam se cuidar para reverter esse sentimento, pois ele pode chegar ao extremo e aí vem a violência.
Diante disso e sem entrar no debate sobre o termo "politicamente na moda", precisamos é respeitar as diferenças, escutar os que são discriminados (sem criar rótulos) e combater todo tipo de intolerância e violência.

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