14 junho, 2013

Retrocesso no Estado de direito brasileiro: quem cala consente!

Nos últimos anos o Brasil tem vivido um debate, nada silencioso, sobre direitos e liberdades. Por ser signatário de inúmeras convenções, documentos e tratados internacionais, entre eles a declaração dos direitos humanos, o país precisa fazer valer esses princípios.
Entretanto, o que temos assistido é um festival de ataques aos negros, homossexuais, nordestinos, ateus e não cristãos, etc. Mesmo os índios, primeiros habitantes desse território, são perseguidos e mortos por serem considerados invasores de terra. Parece piada, mas não é, essa tem sido a cantilena da grande  mídia: os índios são invasores de terra. Na contramão mundial, que busca reafirmar o respeito aos direitos de povos indígenas e comunidades tradicionais.
A lógica do capital e seus valores (i)morais imperam no Brasil de hoje.
A intolerância está em toda parte. Os mais reacionários deputados resolveram tomar conta da comissão de direitos humanos. Assim, eles podem aprovar o que lhes interessa e barrar qualquer sinal de avanço ou consolidação de direitos consagrados internacionalmente. É uma verdadeira caça as "bruxas".
A ideia de criminalizar os movimentos sociais não é nova, mas representa um retrocesso nas relações entre Estado e sociedade organizada.
É inadmissível que qualquer governo que se diga democrático trate movimento social como mero caso de polícia ou justiça. O que está acontecendo nas manifestações estudantis contra o aumento da passagem é um exemplo de como a inversão é latente: o governo reduz impostos para que os transportes fiquem mais baratos e ajude a controlar a inflação; os empresários de transporte não cumprem acordo e aumentam a tarifa; estudante protesta e a polícia bate (nos manifestantes, claro).
Enquanto isso, a população fica bestificada com as arenas monumentais, que depois da copa não terão serventia alguma para a melhoria das condições de vida do povo.
A sociedade consciente precisa dizer não a essa maré de retrocesso promovido em nome desse novo "Pra frente Brasil, salve a seleção". Como diz o poema:      

"Na primeira noite eles se aproximam
e roubam uma flor
do nosso jardim 
E não dizemos nada. 
Na segunda noite, já não se escondem; 
pisam as flores, 
matam nosso cão, 
e não dizemos nada. 
Até que um dia, 
o mais frágil deles
entra sozinho em nossa casa, 
rouba-nos a luz, e, 
conhecendo nosso medo, 
arranca-nos a voz da garganta. 
E já não podemos dizer nada."

0 Comentários:

Postar um comentário

Assinar Postar comentários [Atom]

<< Página inicial