18 junho, 2013

Protestos: a culpa é da copa?

Como disse em outro artigo aqui: as arenas monumentais não terão serventia alguma para a maioria da população. A copa colocou a nu as fragilidades do atual momento vivido pelo país.
A mídia e o poder público tentaram tornar a copa como a salvação dos problemas de mobilidade urbana e de entrada de investimentos no país, dourando a pílula da lógica liberal.
Os valores bilionários da construção dos elefantes brancos, chamaram a atenção de parte da população que continua sem direito a educação, a saúde e transporte público de qualidade. Além disso, os altos preços das passagens cobradas pelos empresários que detém (sic) a concessão para exploração do transporte, deram o mote dos protestos.
Entretanto, é necessário entender que as mudanças iniciadas há dez anos estagnaram. Em que pese, os programas sociais terem cumprido o papel de melhorar a vida de milhões, as concessões para o capital foi muito maior. Os bancos obtiveram os maiores lucros da história, as montadoras e a indústria receberam a bolsa empresário, os latifundiários aprovaram, no congresso, a destruição de imensas áreas naturais e mantiveram seus privilégios financeiros junto aos governos. Fora isso, o governo na tentativa de aplacar a inflação, desonerou substancialmente a tributação dos transportes, o que foi de imediato entendido pelos empresários da área como sinal verde para aumentar as tarifas, para bater recorde nos lucros. Ou a desoneração vira redução de tarifas e melhoria da qualidade ou o caldo entorna.
O que fica claro é que o atual modelo se esgotou e que nem só de discurso e futebol vive o povo brasileiro. É preciso rumar no sentido do atendimento das necessidades da maioria da população. O caminho está aberto para avançar nas mudanças ou retroceder ao liberalismo mais descarado.
Portanto, o problema não é a copa e sim o modelo excludente que persiste, apesar das medidas paliativas adotadas nos últimos anos.

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