Militantes de causas e da liberdade!
Enquanto alguns dormiam ou fingiam adormecidos, nós éramos torturados nos porões para garantir seu direito de protestar. Enquanto vocês amealhavam seus patrimônios, nós fazíamos greves para garantir a sobrevivência daqueles, que como eu, sobrevivem dos próprios salários. Enquanto você chegava à escola de carrão, eu enfrentava o coletivo lotado ou caminhava léguas para ter acesso a educação.
Não
somos iguais a vocês porque, enquanto vocês escolhiam os empregos públicos nos
quais ficariam, nós lutávamos para que fosse feito concurso público e que esse
emprego não ficasse sem reajuste. Enquanto você desfrutava de grandes contratos
celebrados na calada da noite, eu tocava nos bares para assegurar o pão e a
dignidade de pensar. Alguns de nós pintamos os rostos, mas não esconderam a
cara, porque não somos covardes.
Não
me compare a você que nunca foi demitido por dizer o que pensa ou ser solidário
ao colega de profissão ou porque lutou por melhores condições e um salário menos
aviltante. Comparar-me a alguém que sequer respeita o direito das mulheres ou
de ter uma orientação sexual diferente; alguém que se recusa a sentar ao lado
de alguém na faculdade, por ter cor de pele diferente ou por ter vindo de uma
escola com menos condições; que odeia o fato dos empregados domésticos terem
direitos trabalhistas e que o programa Bolsa Família destrói a economia,
enquanto assiste com naturalidade os astronômicos lucros dos bancos, é no
mínimo um desrespeito.
Lutamos contra o fascismo, pelo petróleo, em defesa das estatais, pelas diretas, por uma LDB e uma educação democrática, pela implantação do SUS, por sistemas públicos de transporte e de segurança de qualidade, pela liberdade de expressão e contra toda forma de opressão, seja aqui ou em qualquer outro lugar do planeta.
Não
sou contra o manifestante, o manifestado, o coxinha ou o pastel de vento,
apenas exijo o direito de pensar, quero respeito por meus propósitos, liberdade
para propor e expor minhas ideias. Os regimes fascistas surgiram da
intolerância.
Não
devo ser obrigado a escolher entre a pílula vermelha ou azul para me libertar
dos sonhos, pois eles não me atormentam, ao contrário me impulsionam na luta
cotidiana.
Defendo
causas e não coisas, defendo a liberdade e não o silêncio, por isso NÃO ME
ESCONDO E ASSUMO MINHA MILITÂNCIA!
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