06 agosto, 2010

Nem Dilma nem Serra:Plínio foi melhor

A expectativa, para os que acompanham a política, foi frustrada pelo desempenho dos candidatos no primeiro debate televisivo.
Marina e Dilma demonstraram o nervosismo típico de debutantes. Posicionamento diante das câmeras, atropelamento de palavras e pouca construção de ideias, marcou a atuação de ambas.
Serra fez um esforço para passar confiança e experiência, mas segue sem convencer e deixou a sensação de ter perdido uma boa oportunidade para acumular pontos na corrida eleitoral. Ele tentou ser simpático e não entrar em temas polêmicos ou ser associado ao governo FHC. O estilo "paz e amor"do postulante terminou colocando-o na defensiva.
Os afagos de Marina para Plínio não tiraram o sarcasmo do mesmo, que lembrou a participação dela no atual governo. Aliás, Marina não conseguiu se destacar.
Dilma não aproveitou os feitos do governo federal e mostrou pouco domínio sobre o desempenho de algumas pastas. Ficou na defensiva sobre determinados assuntos.
Nesse ambiente muito estudado, mas pouco produtivo, a experiência política e a tranquilidade de quem não tem nada a perder falaram mais alto. Plínio representou bem esse papel. Ponto para ele no quisito tranquilidade.
Alfinetadas dosadas com discurso político mais à esquerda diferenciaram Plínio dos demais.
Perguntas sobre movimentos sociais, redução da jornada de trabalho (defendida pelas principais centrais) e combate ao latifúndio foram as marcas das intervenções do candidato. Diga-se de passagem que, as respostas de Dilma e de Serra foram muito próximas nessas questões.
Um bloco após o outro, os principais candidatos revezaram-se na tentativa de não discutir pontos polêmicos.
Todavia, sabemos que debate não ganha eleição. Até porque a audiência não é grande (ainda mais com semifinal de libertadores). Mesmo em 1989, os comentários jornalísticos foram mais danosos ao Lula que o debate em si.
Agora, que debates bem preparados e com discussão de ideias é um bom prato para quem aprecia política, isso não podemos negar. Só resta esperar os próximos debates.

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