12 fevereiro, 2009

Conjecturar, pode!

Todo o esforço do PMDB para ganhar as presidências no Congresso pode ser recompensado em 2010 se tiver um candidato competitivo. Que tal o Aécio?

O governador tucano tem feito um movimento no sentido de realizar prévias em seu partido, porque já sabe da preferência da cúpula por Serra para disputar a presidência em 2010. Porém, o que fica no ar é a possibilidade do Aécio mudar de ninho. Isso seria legítimo e legal, já que o seu desejo de pleitear o cargo não pode ser configurado como infidelidade. Além do mais, ele não teria que mudar tanto assim o seu discurso, pois ele já é sintonizado com a ala governista. Portanto, o Aécio pode ser uma alternativa para o PMDB e vice-versa.

Outra saída seria o PMDB ter a vice numa chapa com o PT e o Aécio também aglutina.

O Aécio ainda poderia ser o candidato do Lula com a Dilma na vice. Qual o problema? Os petistas estão trabalhando para eleger a Dilma, mas, não esqueçamos que o rumo adotado no governo tem sido cada vez mais ao centro. E uma mão...

O PT pode sair sem o PMDB, só que aí teria que refazer o caminho do discurso mais à esquerda, todavia, sem muita simpatia de uma parcela dos patistas e outros aliados.

Que tal o Aécio de vice na chapa com o Lula? Loucura? Não acredito que esteja completamente descartada a reeleição. E nesse caso o PMDB ficaria bem, também.

O certo é que o PMDB não ficará de fora das costuras políticas de 2010 e o Aécio não aceitará pacificamente as decisões tomadas por FHC e sua tropa.

Especular, pode!

Fotos discretamente sacadas da Folha/PE e do site Vermelho.

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10 fevereiro, 2009

Estudo sobre a formação em sociedade I

As discussões em torno da interdisciplinaridade e o desafio de trabalhar de forma integrada tem colocado na ordem do dia para todos os profissionais a necessidade de aprofundarem-se nas teorias e temas que possam contribuir para o avanço da educação na busca da compreensão da complexidade em contraponto a fragmentação ora vigente no processo da aprendizagem.
Lecionar, na atualidade, não tem se mostrado uma tarefa fácil, requer maior domínio dos conteúdos e clareza na transmissão de informações para que se possa pensar e repensar a área que atuamos. Aliar teoria e prática pedagógica na construção dos saberes, particularmente, na formação de professores, torna-se um objetivo cada vez mais almejado e nem sempre obtido.
O estudo teórico no campo sociológico tem demonstrado que é preciso (re) discutir concepções e conceitos pré-estabelecidos, que acabam por criar certo determinismo metodológico que, pouco, ou nada, contribuem à observação dos fenômenos em constante movimento e a inter-relação entre eles. Sem que se consiga interpretar as coisas ou fatos a partir do que realmente são, não do que aparentam ser, torna-se inimaginável o exercício do magistério.
Para Elias (1994) “a rede de interdependência entre os seres humanos é o que os liga”. Portanto, para entender como se dá o processo de interiorização do que parece externo ao homem, é fundamental considerar que todos fazem parte da mesma sociedade e que, por isso, não estão alheios aos procedimentos estabelecidos coletivamente para o convívio social, porque tais procedimentos têm sua origem e seu fim nos indivíduos.
Tudo isso, somado a compreensão de que é desse convívio social, que podemos caracterizar determinados processos históricos, permitindo construir um acúmulo teórico, que nos torna capazes de cumprir nossa tarefa como educadores, faz valer a pena a luta por uma educação mais solidária numa sociedade individualista e fomentadora da fragmentação do conhecimento.

05 fevereiro, 2009

As duas faces da mesma moeda


A história tem demonstrado que para cada sistema econômico corresponde uma lógica. Não seria diferente com o capitalismo, que assim como o seu antecessor, o feudalismo, promove a exploração do homem pelo homem, porém, com requinte de crueldade. Tal qual o período das trevas, o sistema baseado na livre iniciativa carrega consigo o dom de manipular os que vivem sob sua égide. O que antes era caracterizado pelo todo poderoso Deus, hoje é simbolizado pelo onipotente mercado. Tudo só existe por ele, todos devem adorá-lo e só a ele servir, pois não se pode chegar aos céus (do consumo) senão, por ele.
Sob essa lógica se edificaram nações, todas buscando cumprir seu destino nesse mundo vão. Afinal, como seria um mundo sem fome, miséria, desigualdades, guerras, destruição da natureza em ritmo acelerado e todas as mazelas produzidas pelo nosso matuzalem idealizado pelo liberalismo?
Muitos impérios ruíram, levando com eles parcelas gigantescas da humanidade. Por que no caso dos Estados Unidos da América (do norte) seria diferente? Entretanto, o que mais assusta é o fato de que muitos acreditam que um messias possa redimir todos os incrédulos e crédulos da agonia e do fogo do inferno. Esse messias teria como missão: acalmar a ira do impiedoso senhor mercado.
De origem humilde, venceu os preconceitos e prometeu uma terra santa, longe de todos os infortúnios da vida mundana, provocados por aquele que estava possuído.
Todavia, nos cabe perguntar: a que preço? Quantas vidas terão que ser sacrificadas até que a ordem seja restabelecida? Então, reflitamos: quantos prisioneiros de Guantanamo foram libertos? Apesar do anúncio de fechamento da cadeia. As tropas imperiais que ocupam o Afeganistão e o Iraque retornaram para sua pátria original? O protecionismo será finalmente abolido, conforme manda o livro sagrado da globalização?
Não se deve tirar o simbolismo de um negro chegar ao poder num país marcado pela intolerância racial, mas não devemos cultivar a inocência de que esse messias não serve ao mesmo Deus que seu predecessor. A saga da paixão está começando, porém o fim não parece tão desconhecido.


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