28 março, 2008

Assessor de Comunicação da SDS diz ser melhor falar com bandidos do que com jornalistas

Aprendi cedo que jornalismo que não incomoda não é jornalismo. Os garotos foram além e criaram até ONG para cobrar a redução da violência
O assessor de comunicação da Secretaria de Defesa Social, Joaquim Netto, fez uma declaração no mínimo profundamente infeliz na mesa-redonda Mídia e Segurança Pública, durante o II Encontro Anual do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, que acontece no Recife.
Ao pedir a palavra, Netto, que estava na platéia, disse que, em Pernambuco, alguns repórteres são “maquiavélicos.”
“Às vezes, é melhor falar com bandidos do que falar com alguns jornalistas.”
Quem assistiu à palestra, conta que o constrangimento entre os presentes foi visível diante das declarações.
Além do repórter do JC e editor do blog PEbodycount Carlos Eduardo Santos, participavam da mesa o editor de Cidades do jornal O Globo (RJ), Jorge Barros, as pesquisadoras Silvia Ramos (RJ) e Maria Stela Grossi (Brasília).
Na platéia, havia cerca de 40 pessoas, entre elas as secretárias de Segurança Pública da Bahia e do Maranhão e o chefe da Polícia Civil de Minas Gerais.
Mesmo correndo o risco de ser acusado de corporativista, sinto a obrigação de dar um testemunho público.
Cada governo deve saber o que é melhor para si. Isto inclui a escolha de seus interlocutores preferenciais, sejam jornalistas ou qualquer outra categoria, profissional ou não.
Netto acerta quando ressalva que nem todo jornalista é bandido, mas esquece de dizer que há bandidos que sequer jornalistas o são.
Pilantragem não precisa de carteira na DRT, mas não faltam pilantras em busca de uma, para ganharem status de jornalista.
O secretário de Comunicação do Estado, Evaldo Costa, deveria vir a público dizer se concorda ou não com os ataques aos jornalistas pernambucanos.
Não surpreende essa arrogância, em tempos em que o próprio presidente da República, já veio a público para reclamar da imprensa livre, um dos pilares de qualquer democracia do mundo.
O curioso é que, nos tempos da ditadura, em que Joaquim Netto foi forjado como repórter, uma declaração destas de uma autoridade pública ensejaria demissão sumária.
Com zero de saudades daquele tempo de chumbo, o Blog dá vivas ao ambiente democrático que se respira.
Aproveita para dizer que Cacá e os demais colegas do JC e Body Count são excelentes jornalistas, fruto, já em segunda geração, da profissionalização que o Sistema Jornal do Commercio imprimiu à mídia local, desde o início dos anos 90.
Se todos os bandidos deste Estado fossem como esses jovens, Pernambuco nunca precisaria de um Pacto pela Vida.
(Jamildo)

Sinceramente, acho que a imprensa deve ter liberdade, mas, não em detrimento dos direitos de outros. De fato tem horas que a privacidade é invadida pela imprensa tal qual faz um malandro.Esse manto da liberdade de imprensa já deveria estar casado com a tolerância constitucional. Vocês precisam diminuir a soberba. Político já é execrado, os próximos podem ser vocês. Sai desse imprensado Jamildo!

Dengue é coisa do DEMO!

Por mais que a mídia golpista tente imputar ao governo federal a crise dos casos de dengue no Rio de Janeiro, todos os dados mostram que os índices diminuíram no demais estados do país e que a soberba, incompetência e descaso do prefeito da capital fluminese são os verdadeiros motivos da agonia do povo carioca. Não estamos falando de divergência política e sim de uma birra que tem custado a saúde e até a vida de pessoas. A não utilização dos veículos doados pelo Ministério da Saúde e o desvio de verbas para pagamentos de equipamentos e serviços fora das especificidades constitui ato administrativo irregular, porém, nenhum veículo de comunicação apontou tal problema na situação calamitosa dos compatriotas do Rio. Uma CPI no Rio iria bem, mas, como não é contra o Lula ninguém fala. Será que isso tem haver com o fato do Cesár Maia ser do DEMOcrata (ex-PFL) partido da base "global" de oposição?! Vai ficar difícil o DEMO apostar suas fichas no prefeito do RIO nos próximos programas partidários.

15 março, 2008

Quem tem telhado de vidro...

Em entrevista à Rádio Olinda (em 14/03/08), o senador Jarbas Vasconcelos resolveu soltar o verbo contra o PT e o presidente Lula, segundo ele, porque foi abordado por uma senhora num avião dizendo que ele deve continuar a combater a corrupção do governo federal. No que haveria concordado afirmando:
“Os aloprados de Lula metem a mão no dinheiro público e ele, ao invés de demitir essa gente, passa a mão na cabeça deles. No Brasil, está havendo a banalização da corrupção”, alfinetou.
“A economia do País está bem, mas poderia viver um momento bem melhor, se ao invés de Lula passar a mão na cabeça dos aloprados e corruptos do seu Governo, melhorasse os portos, as estradas”, atestou. (Folha de Pernambuco 15/03/08)
Jarbas precisa ser mais cauteloso, menos raivoso!
Ele esquece que tem telhado de vidro. Ou já não lembra do escândalo da Nordeste Segurança de Valores no início do seu primeiro mandato, que ele abafou mandando o então secretário adjunto da educação fazer mestrado no Rio. Outro negócio mal respondido é o da duplicação da BR - 232 ou 464 - devido a duplicação do orçamento.
A corrupção precisa ser combatida sim, porém, isso deve acontecer em todos os níveis da administração pública e todos devem lembrar das suas responsabilidades no regime republicano.
E competência é coisa que não lhe falta, afinal conseguiu se eleger senador mesmo com índices tão ediondos na segurança, educação e saúde. Mas, mesmo assim não deveria abusar da sorte, tendo o telhado que tem.

11 março, 2008

Imparcialidade da globo é lenda!

O jornal nacional sempre se destaca por apresentar em suas edições casos de corrupção, com aparente imparcialidade e indignação. O que aos olhos de muitos são verdades esclarecedoras e uma prestação de serviços, para uma construção da cidadania, pode não ser tão simples e esconder detalhes reveladores da parcialidade descarada do Bonner.
No caso de corrupção na prefeitura de Santa Isabel – cidade da grande São Paulo - há que se lembrar que ele não cita nem o nome nem o partido do prefeito. Por que? Seria ele de algum partido da base aliada do governo federal? Seria um corrupto sem partido?
Claro que todas as perguntas têm respostas.
Primeiro, o nome dele é Hélio Buscarioli, é do PSDB, apoiador entusiasta do Serra, portanto, não é aliado do Lula. Os motivos pelos quais o JN não citou esses elementos são do conhecimento de todos: a globo tem partido.
Imparcialidade na comunicação no capitalismo é igual a mula sem cabeça: os inocentes acreditam, mas, ninguém prova que ela existe.

05 março, 2008

E se fosse o Chávez?

O conflito entre o governo e a guerrilha, particularmente as Forças Revolucionárias da Colômbia (FARC), sempre teve episódios polêmicos, porém, os acontecimentos recentes, nos remete a algo que vai além dessa contenda doméstica. Se coloca no âmbito das relações internacionais. É sabido que na disputa política e territorial da Colômbia sobravam troca de acusações, principalmente no que se refere ao financiamento da guerrilha. É fato também que, a partir do Plano Colômbia a tensão aumentou sensivelmente na região.
O conhecido Plano se caracterizou como uma intervenção dos Estados Unidos na Colômbia, com o pretexto de combater o narcotráfico no continente e reflete a situação cada vez mais cômoda do imperialismo norte-americano, sobre um dos países mais ricos em reservas naturais da Amazônia.
A questão crucial do Plano Colômbia é o combate aos grupos de guerrilha, não pela ligação desses com o tráfico e sim, pela capacidade de mobilizar a população mais pobre, de origem indígena, contra o imperialismo norte-americano.Enquanto a direita dirigiu a maioria dos países na América do Sul, o referido plano e os intentos norte americanos tiveram apoio e serviu para que o governo colombiano mantivesse sua ofensiva contra as FARC e se armasse com financiamento dos EUA, transformando-se numa espécie de Israel latino-americano.
Por trás da invasão colombiana ao Equador existe a intenção clara de colocar a esquerda na defensiva, particularmente, depois das negociações para libertação de reféns, comandadas por Chávez. Cabe aqui dizer que, reféns como forma de pressionar inimigos é prática corriqueira em diversos conflitos e é usado inclusive pelo governo da Colômbia. Além do mais, nada justifica uma agressão dessa natureza. Nesse sentido, devemos perguntar aos que acham natural tal atitude sob o pretexto de combater o “terrorismo”: e se fosse a Venezuela que promovesse essa “incursão”?