24 fevereiro, 2008

Fidel e a democracia I

Muito alarde foi feito com a renúncia do presidente cubano. Manchetes nas capas de jornais e revistas anunciaram o “fim de carreira” dele como se isso fosse o início de um novo ciclo de democracia, tão necessária à América Latina(AL). Porém, o que está por trás dessa avalanche artigos e matérias trombeteando a possibilidade de Cuba ser finalmente democrática, é a vontade exasperada de que a ilha volte a ser parque de diversão, corrupção e exploração dos tempos do Fulgêncio Batista. Esse sim, ditador de mão cheia, entretanto, antigo aliado do tio sam.
Por mais que os inimigos do regime cubano tentem disfarçar, é muito clara a esperança de que a saída de Fidel do poder proporcione uma derrota definitiva do socialismo em nosso tempo. O que obviamente facilitaria em muito os planos norte-americanos na região, já que no último período o comandante cubano vem sendo exaltado por novos líderes de esquerda na AL, como Evo Morales e Hugo Chaves. Isso foi estampado por todos os meios de comunicação.
Todavia, é preciso dizer que os arautos do liberalismo por mais que digam que o socialismo é coisa do passado, não conseguem mostrar ao mundo um só exemplo de país que resolveu trilhar o caminho de volta ao capitalismo e não se deparou com crescentes problemas sociais. Enquanto Cuba construía sua história de resistência outros países retrocediam nos seus regimes. No momento que comparamos o sistema cubano, vítima de um longo embargo econômico por parte da principal potência mundial, com outras nações fica visível a importância das conquistas sociais na sustentação do regime socialista na ilha.
O mau agouro dos liberais para que o povo cubano tenha o mesmo fim que outros povos não é suficiente, pois é a democracia socialista da ilha que vai determinar o caminho daquela nação. A democracia estadunidense pode ser modelo para muitos, mas até agora não seduziu Cuba, que estabeleceu sua forma de manter suas conquistas.

12 fevereiro, 2008

A imprensa tem partido

É impressionante a força dos meios de comunicação, porém, mesmo toda essa força não tem sido suficiente para impor uma derrota mais contundente ao governo Lula.
O que está em jogo agora é a representação nas CPIs dos cartões corporativos dos governos federal e paulista. Enquanto para um a CPI é justificável no segundo parece não ter significado. Como é parcial essa imprensa brasileira e ao contrário do que alardeiam, nada contribuem para elucidação dos casos prejudicando significativamente a formação da opinião pública. É como diz o Paulo Henrique Amorim, em seu blog:
"Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PIG, Partido da Imprensa Golpista"
É necessário e urgente a discussão e reformulação da legislação brasileira no quesito comunicação, para não vermos o termo "liberdade de expressão" ser usado para patrolar o direito da maioria que não tem como se expressar, mas, certamente não tem engolido tão facilmente o que vem sendo veiculado pelas grandes redes, como é o caso da globo, que encabeça o partido supra citado.